O número de crianças abandonadas, incluindo recém-nascidos e deficientes físicos, órfãos e as crianças em conflito com a lei, está a crescer a cada dia no Infantário da Matola, facto que preocupa a direcção da instituição.
É com uma voz trêmula que uma menina conta que o padrasto a violou com o consentimento da mãe.
“O meu pai, pegou-me, amarrou os meus pés e violou-me. Contei a minha mãe mas ela nada fez”, contou a menor acrescentando que, foi a polícia contar o sucedido e os seus pais foram presos.
Como toda criança, a menor de 13 anos tem um sonho, o de um dia ser cantora.
Uma outra menina conta também que quando tinha nove anos de idade, foi induzida a envenenar a própria tia, que lhe acolheu quando ela chegou de Inhambane.
“Uma vizinha me deu veneno para colocar na bebida da minha tia para que ela perdesse a vida, eu não sabia de nada”, disse a menor.
São duas de 93 histórias que as pessoas que vivem no centro infantil guardam. São mais de 90 pessoas que têm entre quatro a 42 anos de idade, maioritariamente meninas. Números que crescem anualmente, preocupando o director do infantário.
Paulo Sérgio falava à margem da doação de pouco mais de 400 mil meticais em produtos de higiene pessoal e alimentícios pela Engen.
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