Moçambique volta a formar pilotos de aviação civil

Escola nacional de aeronáutica vai voltar a formar pilotos de aviação civil. O primeiro curso poderá arrancar no início de 2019 graças a um projecto de revitalização da escola que neste momento procura parceiros no Canadá e Estados Unidos de América (EUA).

A Escola Nacional de Aeronáutica foi fundada em 1980. É a única no país. Já formou pilotos e outros técnicos de serviços aeroportuários que neste momento ombreiam com homólogos oriundos das mais diversas escolas, em diferentes companhias aéreas do mundo. Depois veio a crise. Hoje a escola apenas forma técnicos de comunicações. O ministro Carlos Mesquita diz que isso tem que mudar.

“Actualmente as entidades do sector de aviação são obrigadas a recorrer a diversos países para a formação e treinamento dos seus quadros ou formadores qualificados fora do pais ”diz o ministro

O ministro diz que isso traz custos adicionais para as empresas e naturalmente para os utentes dos seus serviços, para além de ser um problema, também adicional, a gestão de técnicos oriundos de diferentes escolas.

“Situação que seria completamente diferente se tivéssemos a ENA a funcionar com uma estrutura a altura das exigências do mercado” acrescentou.

Alias, as próprias Linhas Aéreas de Moçambique tem neste momento 11 pilotos em formação na Republica da Africa do Sul. Um curso completo de piloto custas nas escolas internacionais entre 65 e 75 mil dólares, sem contar com despesas de alimentação e alojamento, seguros e outras taxas.

Foi por isso que foi criada a comissão de revitalização da Escola Nacional de Aeronáutica que já deu passos significativos, segundo explicou Carlos Mesquita.

“Um levantamento já concluído aponta para a necessidade de investimento imediato de cerca de trezentos milhões de meticais sendo o maior desafio a mobilização deste valor junto de potenciais parceiros”

Com efeito no âmbito da sua revitalização a ENA, pretende aliar-se a um parceiro que tenha Know How e equipamentos para não só formar técnicos moçambicanos, como capacitar a escola de modo a ser autónoma na formação de técnicos da aviação civil. 

É nesta senda que o Ministério dos Transportes e comunicações juntou esta quinta-feira para alem de membros da comissão criada e que esta a elaborar e implementar o projecto, vários representantes de companhias aéreas, operadores de Handling e banco, tidos com o potencias financiadores, para uma reflexão sobre a revitalização da escola nacional da Aeronáutica. Alias, a presença da banca no encontro prende-se também com a necessidade que os estudantes terão de financiamento para os seus cursos. Serão pelo menos três milhões e seiscentos mil meticais por estudante.

“A banca tem neste projecto uma oportunidade de negocio de financiamento da formação, desenhando pacotes adequados a realidade dos estudantes” defendeu o Ministro.

Segundo o ministro, contas feitas, dão conta de que Moçambique vai precisar nos próximos três anos, de mais de três mil profissionais de aviação civil, pelo que a formação um imperativo. Mesquita disse igualmente que só o continente africano vai precisar de mais de 24 mil pilotos nos próximos 20 anos pelo que a escola Nacional da Aeronáutica jamais formaria profissionais sem trabalho.

João Pó Jorge e o coordenador da comissão de revitalização da escola Nacional da aeronáutica que apresentou a situação actual da escola e a sua visão para o futuro. Pó Jorge disse na sua apresentação que a escola vai arrancar um curso de 20 pilotos que serão ministrados por especialistas estrangeiros com o objectivo de estes deixarem o Know how e os equipamentos e mais para que futuramente sejam os próprios técnicos Nacionais a formar outros.

“Vão formar 20 pilotos nos primeiros dois anos, e vão utilizar isso como um trino para a Escola Nacional de Aeronáutica capacitar o seu pessoal. Estamos a pedir que tragam avião, simulador, equipamentos de ensino, manuais, procedimentos e normas de qualidade, e que deixem aqui na Escola Nacional tudo isso” esclareceu, acrescentando que isso vai permitir que num período de dois ou três anos a ENA se transforme num centro de excelência de formação de profissionais aeronáuticos.

Sem precisar a data, o coordenador da comissão de revitalização da ENA, disse que o primeiro curso, com duração de 20 meses poderia arrancar no principio de 2019, pois neste momento esta – se num processo de identificação de um parceiro que poderá vir dos Estados Unidos ou do Canadá.

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