No âmbito do seu Plano Quinquenal, o Governo lançou o “Plano Mil” que consiste na aquisição de 100 autocarros a serem distribuídos por todos centros urbanos e vilas em todo o país. Neste contexto, o Governo já fez a aquisição de 500 autocarros dos quais 166 foram alocados para a área metropolitana de Maputo.
Enquanto cresce a frota de transporte público, o parque automóvel particular também segue o mesmo sentido, disputando as poucas vias de acesso disponíveis, deixando cada vez mais insustentável a mobilidade, pelo menos, nas horas de ponta.
A vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, considera que a saída passa pela conjugação de esforços, onde o cidadão tem a sua quota-parte.
“É nossa visão que a mobilidade sustentável na zona metropolitana de Maputo não podia ser assegurada apenas pela aquisição de novos autocarros, mas sim por outras medidas estruturais a serem implementadas a diversos níveis”, disse a vice-ministra.
Segundo a governante, as medidas que o Governo está a implementar na melhoria da oferta e qualidade do transporte público urbano devem encorajar os munícipes a confiarem e a usar cada vez mais o sistema público de transportes, o que vai reduzir o número de viaturas na estrada, dando maior mobilidade a capital.
“Não podemos construir uma cidade com mobilidade sustentável, quando cada cidadão se faz transportar no seu automóvel particular, de e para qualquer parte da cidade” disse a governante.
Deste modo, Rebelo desafia os munícipes a compensar os esforços que o governo está a empreender.
“Os esforços em curso para a melhoria da qualidade e oferta do transporte público urbano devem ser compensados pela co-participação dos munícipes de quem esperamos que adoptem novos métodos de mobilidade, privilegiando o uso cada vez maior do transporte público contra a actual tendência do uso frequente do automóvel pessoal”, frisou a governante.
A zona metropolitana de Maputo conta actualmente com cerca de 3.15 milhões de pessoas. Rebelo disse que o Governo tem dedicado especial atenção à mobilidade, estando, neste momento, a reorganizar o sistema de transportes, considerando o reforço da frota, a melhoria do sistema de manutenção dos autocarros alocados ao transporte de passageiros, a intermodalidade, entre outras medidas.
Definir novas estratégias
A Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique, Márcia de Castro, recordou que Moçambique está a conhecer forte crescimento demográfico nos principais centros urbanos o que impõe novos desafios e exigências nas cidades.
“Neste processo de transformação da paisagem e o surgimento de novos polos de crescimento territorial, requerem estratégias de médio e longo prazos que permitam albergar o aumento populacional e, ao mesmo, tempo propiciar melhores oportunidades para todos”, alertou a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique.
Para Márcia de Castro, a promoção de transportes sustentáveis requer a corresponsabilidade do Estado e da cidadania, na disponibilidade desses serviços de transporte, mas também no bom uso e gestão dos mesmos.
Aquela dirigente garantiu que as Nações Unidas vão ajudar Moçambique no que for preciso para melhorar a situação.
“Através da UN-Habitat e outros parceiros do sistema das Nações Unidas, contem connosco para apoiar o desenvolvimento do trabalho desta agência”, disse.
Recorde-se que em Setembro de 2015, Moçambique aceitou, com os outros 190 países, adoptar uma agenda de desenvolvimento sustentável.
Dos compromissos que Moçambique se inscreveu na agenda 2030 uma das prioridades é proporcionar ate 2030 p acesso do sistema de transporte seguro, acessível, sustentáveis, a preço acessível para todos. Melhorando a segurança rodoviária através da distribuição da rede de transportes públicos.
Expandir serviços para fora da cidade
O presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, apontou a expansão dos serviços para fora do centro urbano, pode ser uma das chaves para melhorar a mobilidade no Grande Maputo.
“Acreditamos que a criação de novas centralidades que podem ser escritórios, centros comerciais, escolas e universidades fora do centro da cidade pode contribuir para diminuir a pressão sobre os grandes centros urbanos”, afirmou David Simango.
Num outro desenvolvimento, o edil reconheceu a impraticabilidade de uso de viaturas individuais para deslocações de casa para o trabalho e vice-versa, sobretudo, por causa do tipo e qualidade de infraestruturas disponíveis.
Por seu turno, p vereador da área de transportes na autarquia de Maputo, João Matlombe, avançou que a edilidade está empenhada na busca de sinergias para melhorar a mobilidade na capital.
Segundo Matlombe, há um investimento muito grande que o Governo está a fazer no sector de transportee manifestou convicção de que, num futuro breve, os resultados serão visíveis.
“Estamos convictos que vamos conseguir proporcionar um sistema de transporte confortável, com segurança e fiabilidade para os nossos munícipes e, desta forma se efectivar a mobilidade sustentável” afiançou.
De acordo com o vereador, uma das particularidades do transporte sustentável tem a ver com a necessidade da consciencialização das pessoas para o uso do transporte publico em detrimento das viaturas particulares.
“Se nós não consciencializar as pessoas, faremos muito investimento, mas vamos continuar com as estradas lotadas, com congestionamento” disse assegurando que, em alguns casos, já não faz sentido o uso de viaturas particulares.
“Em alguns corredores já não se justifica o uso de viaturas particulares porque temos quantidades suficientes e, em alguns corredores, temos quantidade de transportes que atendem acima da procura. É um trabalho que ainda está em curso, mas estamos convictos que até ao fim deste ano vamos conseguir satisfazer a procura e nessa altura começaremos a ver como tratamos a questão do transporte alternativo”, explicou.
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