Há muitos anos que os moradores da zona circunvizinha à lixeira de Hulene denunciam problemas de saúde decorrentes do fumo diário proveniente da queima do lixo, moscas e outros insectos nocivos à saúde, para além do perigo causado pelos montes de lixo que ultrapassam 50 metros. Em resposta, o governo, através do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, lançou, há anos, o projecto do aterro sanitário de Matlemele, para servir os municípios de Maputo e Matola por um período de 25 anos, mas até aqui o projecto não saiu do papel.
Segundo previsões iniciais, o aterro sanitário em causa devia ter entrado em funcionamento em finais de 2015 ou início de 2016.
Em mais uma tentativa de pressionar as autoridades a acelerarem o encerramento, os moradores do bairro de Hulene “B” tiveram um encontro com os gestores dos dois municípios, num evento organizado pela organização ambientalista Livaningo em Julho de 2016, e um dos afectados denunciou: as crianças sofrem de tuberculose, diarreias e certas doenças, porque a forma como se trata a lixeira de Hulene não é convencional. Então nós de Hulene ficamos sem saber onde recorrermos.
Em resposta, o director de Salubridade na cidade de Maputo, João Mucavele, deu a entender que os pouco mais de 40 milhões de dólares do orçamento da obra estavam disponíveis, tendo mencionado dificuldades de outra natureza. “Já se conseguiu mobilizar o dinheiro, como é do vosso conhecimento. Está a se resolver a questão da população que está dentro dos hectares previstos para a construção do aterro sanitário”.
E perante o cenário de tragédia, hoje, o mesmo responsável disse que a tragédia era inevitável que acontecesse. “Esta situação, pode-se dizer que não era fácil de evitar porque várias medidas foram tomadas e mesmo assim surgiu o que hoje estamos a assistir”.
João Mucavele referia-se a um alegado reassentamento das famílias em causa, um deles em 2014.
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