Os vendedores ambulantes de água para fins de limpeza e rega no cemitério de Lhanguene, Cidade de Maputo, estão a acumular ganhos com a elevada procura pelos visitantes, resultante da falta do recurso nas torneiras do interior do recinto. No entanto, as autoridades municipais projectam uma nova tubagem de distribuição de água no local.
A cidade e província de Maputo debatem-se com oscilações no abastecimento de água. As autoridades do sector anunciaram que a situação deve-se ao irregular abastecimento de energia eléctrica, decorrendo acções combinadas entre as duas áreas para solucionar o problema.
O cemitério de Lhanguene também não escapa à crise. Aliás, mesmo antes de a situação agravar-se, naquele recinto cada visitante já era obrigado a levar água de casa ou a comprar nos jovens ali instalados.
A nossa Reportagem apurou no local que o sistema de distribuição de água está danificado, havendo um outro de recurso instalado para abastecer as casas de banho, cuja utilização é mediante pagamento.
Perante o cenário, jovens residentes nas imediações, tomaram conta da situação, vendendo água aos interessados no exterior do cemitério. Contam que se abastecem fora do cemitério, mas as autoridades municipais acusam-nos de tirar a água do interior do recinto a partir de locais que eles próprios danificaram e posteriormente encerraram as torneiras.
Os vendedores dizem recorrer a fontes alternativas, como, por exemplo, o rio Mulaúze, que atravessa o vizinho bairro Luís Cabral. E porque a distância para os locais onde ainda tem água é longa, cada viagem transportam em tchovas ou carrinha de mão 50 ou mais garrafas de 2 ou 5 litros.
Segundo os nossos entrevistados, cada viagem paga-se 50 meticais aos proprietários das carrinhas. Entretanto, mostram-se satisfeitos, visto que conseguem algum dinheiro para garantir o seu sustento diário.
Jorge Ubisse um dos vendedores de água naquele cemitério, contou-nos que comparativamente aos tempos anteriores, o rendimento do seu negócio reduziu, porque não obstante o aumento do número de compradores, a fonte de abastecimento ficou mais distante.
Os locais onde recorríamos para ter a água secaram, em consequência disso, somos obrigados a fazer longas caminhadas para a obter. A única fonte que nos socorre está perto de um riacho que localmente designamos do rio Mapaze,no bairro Luís Cabral, disse Ubisse.
Por sua vez, Arnaldo Joaquim referiu que já não é fácil exercer aquela actividade porque para além de pagar os meios que se usa para transporta-la, a mesma adquire-se muito longe.
Pagamos 50 meticais por cada viagem. Até agora conseguimos recuperar esse dinheiro porque vendemos sempre o suficiente, mas como não tínhamos habituado esse processo, nos sentimos prejudicados, disse Arnaldo Joaquim.
Por seu turno, Loureço Marino, referiu que mesmo com a crise de água que se faz sentir nas cidades de Maputo e Matola, o grupo ainda mantêm os preços que vem aplicando desde o ano passado, que variam entre 5 a 10 meticais.
Ainda não aumentamos e nem está nos nossos planos. Ganhamos o suficiente para suportar as nossas necessidades básicas Por exemplo, nos bons dias conseguimos 200 meticais. Portanto, todos os dias conseguimos recuperar o valor de transporte, disse.
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