Refugiados moçambicanos no Malawi ultrapassam 7 mil e continuam a chegar

A cada dia, mais de 500 pessoas chegam ao cam­po de refugiados moçam­bicanos, na região de Kapise, distrito de Mwanza, no vizinho Malawi. Maioritariamente, são mulheres e crianças que percorrem mais de 70 quilómetros a pé, numa região predominantemente montanhosa. Chegam a caminhar durante três a quatro dias para alcançar o campo. Normalmente, levam consigo trouxas com roupas, utensílios domésticos e produtos alimentares para matar a fome durante a caminhada e primeiros dias no campo.
Quase todos chegam ao cam­po com dores no corpo e mui­to cansados, devido à distância percorrida. Há registo de casos de malária, desnutrição e mulheres grávidas com ameaças de aborto. Casos mais graves são rapidamente levados ao hospi­tal distrital de Mwanza. A oficial de campo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Re­fugiados (ACNUR), Elsie Mills, diz que ainda não se registaram casos de pessoas com marcas de terem sofrido qualquer tipo de agressão ou mulheres que te­nham sido vítimas de violação sexual.
Os refugiados chegam a permanecer entre dois a três dias para serem registados pela AC­NUR, uma vez que esta entidade dispõe de pouco pessoal para o efeito. É que só depois de inscritos é que os mesmos podem receber tendas ou espaço onde construir suas cabanas com recurso a capim seco, porque tanto a AC­NUR como o governo malawia­no não dispõem de condições mínimas para manter aqueles moçambicanos naquele campo.

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