Segundo um comunicado hoje divulgado pela Presidência, "o Conselho Nacional de Defesa e Segurança secundou o compromisso do Presidente da República para o diálogo pela paz" e "aconselhou ainda que, com maior celeridade, se identifique a melhor forma para o reforço do convite feito ao líder da Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] ".
O encontro, presidido pelo chefe de Estado, serviu para o grupo, que inclui dois elementos da Renamo, analisar o agravamento da situação política e militar, na perceptiva da "necessidade da manutenção e preservação da paz" em Moçambique.
"Este órgão decidiu também pela criação de condições de segurança para o encontro com o líder da Renamo, com vista a pôr termo aos ataques e consolidar definitivamente o ambiente de paz e de estabilidade, para que propicie o contínuo desenvolvimento socioeconómico do país", refere o documento.
Além dos ministros da Defesa Nacional, do Interior, dos Negócios Estrangeiros, da Economia e Finanças, dos Transportes e Comunicações e da Justiça, o órgão é composto pelo director-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), pelo chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e pelo comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Contactada pela Lusa, fonte da Renamo disse que os representantes do maior partido de oposição participaram no encontro.
Moçambique vive uma situação de incerteza política há vários meses e o líder da Renamo ameaça tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de Outubro de 2014.
Esta é a pior crise em Moçambique desde o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, assinado a 05 de Setembro
de 2014 pelo ex-Presidente Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Apesar de dois encontros entre Nyusi e Dhlakama no início de 2015, a violência política voltou a Moçambique e agravou-se nos últimos meses, com acusações mútuas de ataques, raptos e assassínios.
Nos últimos dias, ataques atribuídos à Renamo na província de Sofala levaram as autoridades a montar dispositivos de escoltas militares obrigatórias a viaturas civis em dois troços da N1, a principal estrada do país.
A Renamo pediu recentemente a mediação do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e da Igreja Católica para o diálogo com o Governo, que se encontra bloqueado há vários meses.
O Presidente Filipe Nyusi tem reiterado a sua disponibilidade para se avistar com o líder da Renamo, mas Afonso Dhlakama considera que não há mais nada a conversar depois de a Frelimo ter chumbado a revisão pontual da Constituição para acomodar as novas regiões administrativas reivindicadas pela oposição e que só retomará o diálogo após a tomada de poder no centro e norte do país.
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