Coautor de atentado contra a Air India deixa prisão canadense

Inderjit Singh Reyat, a única pessoa condenada por atentados a bomba contra aviões da companhia aérea Air India, em 1985, foi libertado de uma prisão canadense nesta quarta-feira, após passar duas décadas atrás das grades. Um porta-voz da Junta de Condicional do Canadá confirmou a libertação de Reyat após cumprir dois terços de uma sentença de nove anos por envolvimento em um dos atentados contra aeronaves mais mortais da história. Imigrante sikh residente no Canadá, Reyat tinha cumprido mais de 15 anos de prisão pela fabricação das bombas que foram colocadas em duas malas e plantadas em aviões que
de Vancouver. Uma das bombas partiu destruiu o avião que fazia o voo 182 da Air India quando a aeronave se aproximava da costa da Irlanda, matando as 329 pessoas a bordo. A segunda explodiu no aeroporto de Narita, no Japão, matando dois carregadores no momento em que eles transferiam as bagagens. Os ataques ocorreram durante a repressão contra a luta dos sikhs por um país independente e os mentores provavelmente queriam se vingar contra a invasão, por tropas indianas, do Templo Dourado em Amritsar. Reyat terá que cumprir regime semiaberto até Agosto de 2018, quando sua sentença por perjúrio expirará, e respeitar uma série de condições impostas pela junta de condicional, como não ter contato com as famílias das vítimas ou supostos companheiros de conspiração, e se abster de actividades políticas. Ele também precisará conseguir aconselhamento para lidar com tendências violentas, falta de empatia e "distorções cognitivas" ou para o que uma autoridade descreveu de crenças exageradas. "Se a qualquer momento, seu oficial de condicional sentir que existe um risco para a comunidade, ele pode mandar o senhor Reyat de volta para a prisão", disse à AFP o porta-voz da junta de condicional, Patrick Storey. Em 2010, Reyat foi condenado por mentir ao testemunhar sobre o atentado no julgamento de seus supostos companheiros Ripudaman Singh Malik e Ajaib Singh Bagri, que foram posteriormente absolvidos por falta de provas. Ele evitou ser julgado juntamente com os dois ao se declarar culpado de uma acusação mais branda de homicídio culposo. Os promotores afirmaram que o veredicto no julgamento de Malik e Bagri teria sido diferente se Reyat tivesse dito a verdade na tribuna, quando foi chamado a depor sobre o complô, enquanto o juiz Ian Josephson o chamou de "um total mentiroso". A sentença de nove anos por perjúrio contra Reyat foi a mais longa já proferida por uma corte canadense.

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