O PRESIDENTE dos Estados Unidos da América, Barack Obama, elogiou a implantação de um sistema democrático em Moçambique e o seu rápido crescimento económico, numa carta dirigida ao homólogo moçambicano por ocasião dos 40 anos das relações diplomáticas entre os dois países. “Moçambique tem muito de que se orgulhar, pois saiu do conflito para a construção de um sistema democrático e de uma das economias de crescimento mais rápido na região”, afirmou Obama na carta enviada ao Presidente da República, Filipe Nyusi, datada de 9 de Setembro e quarta-feira divulgada pela Embaixada Norte-Americana em Maputo. O Presidente norte-americano destacou a “forte parceria” entre os dois países, assente no “compromisso com a paz e segurança” e o melhoramento das condições de vida dos respectivos cidadãos por via do desenvolvimento económico, lembrando que 1200 moçambicanos passaram pelos Estados Unidos em programas de intercâmbio, incluindo a iniciativa Jovens Líderes Africanos. Esses cidadãos regressaram às suas comunidades “prontos para contribuir com as perspectivas que ganharam para o contínuo crescimento e sucesso de Moçambique, observou Obama, salientando também o crescimento exponencial de norte-americanos a viajar para Moçambique e a abertura no ano passado de um escritório de serviços comerciais associado à Embaixada em Maputo, “uma das maiores missões diplomáticas dos Estados Unidos na região”. Moçambique tornou-se independente a 25 de Junho de 1975, tendo estabelecido no mesmo ano relações diplomáticas com o resto do mundo. Após a independência o país mergulhou numa guerra de desestabilização que só terminou com o Acordo Geral de Paz, em 1992, a que se seguiram, dois anos mais tarde, as primeiras eleições multipartidárias . PARTILHAR INTERESSES COMUNS Entretanto, a Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nyeleti Mondlane, considera que Moçambique e os Estados Unidos partilham uma relação de parceria fundada na partilha de valores comuns, interesses mútuos, respeito recíproco e compromisso em consolidar um legado sustentável para as futuras gerações no interesse da paz, do bem-estar socioeconómico, da liberdade e da soberania. Mondlane assumiu esta convicção nas celebrações dos 40 anos das relações diplomáticas entre os dois países, cuja cerimónia decorreu na quarta-feira, em Maputo, num evento que contou com a presença do embaixador norte-americano no nosso país, Douglas Griffits, para além de convidados das duas nações e de outros Estados amigos. “Permitam-me nesta ocasião reiterar o nosso compromisso em continuar a trabalhar com os Estados Unidos da América (EUA) na prossecução dos mais altos valores e princípios conducentes à construção de um Moçambique com a paz consolidada, mais próspero e de desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirmou a diplomata moçambicana. Segundo disse, o Governo está convicto de que Moçambique e os EUA estão a trilhar o caminho certo para juntos continuarem a consolidara amizade e a aprofundar uma parceria de ganhos mútuos. Neste contexto, referiu que ao longo da trajectória de relacionamento bilateral entre os dois países tem-se constatado uma coerência e consistência nas políticas externas, que se caracteriza pela preservação das relações de amizade e de parceria na base de ganhos mútuos, confiança e respeito recíprocos. “Honra-nos, neste sentido, registar que as relações entre Moçambique e os EUA são notavelmente boas. Para além das excelentes relações político-diplomáticas partilhamos uma relação de cooperação frutífera e com resultados tangíveis bem como uma cada vez crescente relação económico-comercial e de investimentos”, afirmou a governante moçambicana. Nyeleti Mondlane realçou o facto de os EUA manterem-se como um parceiro importante e consistente, apoiando o nosso país em áreas prioritárias de desenvolvimento, como governação, incluindo a consolidação das instituições, o crescimento económico através da melhoria do ambiente de negócios, a saúde, incluindo o combate contra o HIV & SIDA, educação e formação, incluindo melhoria da qualidade do ensino, e das políticas, defesa e segurança, através do apoio a acções de formação das forças de manutenção da paz, não deixando de mencionar o importante contributo no financiamento a infra-estruturas no âmbito do Millenium Challenge Account. “Como corolário, nos últimos 10 anos os EUA são o maior contribuinte para a assistência pública ao desenvolvimento de Moçambique, totalizando cerca de dois biliões de dólares em apoio multifacetado, com enfoque nas províncias de Sofala, Zambézia e Niassa”, afirmou Mondlane, para depois acrescentar que “notamos, com satisfação, que nos próximos cinco anos a proposta do volume indicativo de recursos a alocar é substancial e os sectores identificados estão alinhados com as prioridades do presente ciclo de governação. Com efeito, os sectores da Saúde, Agricultura, Educação, gestão de recursos naturais e meio ambiente e governação figuram como prioridades e pilares de suporte que são o enfoque da governação moçambicana.
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