O Tribunal de Coimbra condenou, esta quinta-feira, um homem de 32 anos a 12 anos e meio de prisão por deixar a namorada morrer dentro de um carro em chamas, em Cantanhede, em 2008. A defesa vai recorrer da decisão. O Tribunal de Coimbra condenou o arguido a 12 anos e meio de prisão pela prática do crime de homicídio simples e do crime de ameaça (que ocorreu em 2011, no Tribunal de Cantanhede), tendo sido apenas aplicada a medida de coação de apresentação semanal às autoridades até transitar em julgado. O Tribunal deu como provado que o arguido, a 01 de maio de 2008, depois de ter embatido contra guardas metálicas de segurança, fez com que a viatura onde seguia juntamente com a sua namorada, de 22 anos, embatesse contra uma árvore de médio porte, numa estrada de terra batida entre Portunhos e Outil, no concelho de Cantanhede. Após o embate, o indivíduo "saiu do veículo e gerou um incêndio", abandonando o local e deslocando-se a pé até à sua casa, referiu o juiz. No dia seguinte, o arguido deslocou-se até ao Hospital Universitário de Coimbra com queimaduras nas mãos, que argumentou terem sido provocadas por óleo a ferver. "Como explicar que uma pessoa que teve um acidente e, ao ver a namorada perecer, com chamas no veículo, se dirigiu a pé para casa", questionou o juiz, considerando que o arguido teria tido a obrigação de "tentar fazer algo".
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