"Os jornais impressos são os meios noticiosos cujo índice de consulta através da Internet é amplamente superior ao índice de consulta exclusivamente offline", adianta o estudo desenvolvido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), com base num inquérito nacional. "Veja-se, por exemplo, o caso do Jornal de Notícias, a propósito do qual 84% dos inquiridos afirmam que utilizam a Internet para aceder a notícias deste jornal contra os restantes 16% que o fazem apenas em papel", aponta. "Esta tendência verifica-se, ainda que em diferentes proporções, para todos os restantes", no entanto, tal "sucede apenas com órgãos de imprensa, à excepção do canal Económico TV, cuja utilização como fonte noticiosa online é também francamente superior à sua utilização exclusiva em modo offline", lê-se no estudo. Segundo o documento, "estes dados ilustram bem o impacto do digital, em particular sobre os jornais, sugerindo que os processos de migração para o online são absolutamente incontornáveis e cada vez mais decisivos". O estudo considera que, face a estes resultados, "os jornais impressos (e em particular as suas marcas de origem em papel) detêm um potencial de agregação de públicos em plataformas digitais muito superior ao dos restantes meios tradicionais". No segmento da imprensa, relativamente às fontes mais utilizadas pelos inquiridos na semana anterior à realização das entrevistas, o Jornal de Notícias e o Correio da Manhã destacaram-se, com 44% e 34% dos inquiridos, respectivamente, a identificarem os diários como os meios a que recorreram para obter notícias, seguidos do PÚBLICO (16%), Diário de Notícias (14%) e jornal i (2%). Nos semanários, o Expresso foi apontado por 7%, seguido da Visão (4%), do Sol (2%) e da Sábado (2%). "Os jornais exclusivamente online registam baixos índices de frequência: Notícias ao Minuto (4%), Expresso Diário (2%), Observador (2%), Dinheiro Vivo e Diário Digital (ambos 1%)", adianta o estudo. Televisão e rádio Relativamente ao segmento televisão, "a SIC foi identificada como fonte noticiosa mais utilizada entre as televisões (68%), seguindo-se a TVI (63%) e a RTP1 (42%)", enquanto a RTP2 "é identificada por 12% dos inquiridos". Dos canais de notícias, a SIC Notícias lidera, seguida da TVI24 e da RTP Informação. "Entre as televisões, são os canais temáticos de informação que os inquiridos mais utilizam na Internet para consumir notícias", mas em termos globais "o acesso a notícias de fontes televisivas através da Internet é reduzido, sugerindo-se, assim, que os canais de televisão em geral não surgem como fontes noticiosas preferenciais no espaço online", refere. Nas rádios, as três fontes noticiosas mais consultadas são a RFM (26%), a Rádio Comercial (16%) e a Rádio Renascença (11%), com a TSF e Antena 1 a registarem 7% cada. "Verifica-se que são também poucos os utilizadores que recorrem a fontes noticiosas radiofónicas por via da Internet, em proporções ainda mais reduzidas do que sucede com a televisão", aponta o estudo. O estudo contou com o apoio científico de uma equipa de investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia - Instituto Universitário de Lisboa (CIES - IUL), coordenado pelo professor Gustavo Cardoso, com a Eurosondagem responsável pela realização do inquérito nacional, com entrevistas presenciais a uma amostra de 1035 pessoas representativa da população residente em Portugal com 15 ou mais anos. As entrevistas que estão na origem da elaboração do estudo foram realizadas entre 20 de Setembro e 12 de Outubro do ano passado. "A análise que se desenvolve neste relatório, dada a especificidade do seu objecto", centra-se essencialmente numa subamostra constituída por 625 inquiridos, "que foram identificados no decurso da aplicação do inquérito como aqueles que utilizam Internet e que denotam algum grau de interesse pelo consumo de notícias", adianta.
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